terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Stucco Vs Estuque






Na continuação do post de ontem ....
No entendimento e na consciência do que a arte do estuque artístico representa, e enquanto membro do grupo de gestão do Museu do Estuque®, a esta página de blog sobrevém uma finalidade principal: lembrar e chamar a atenção a todos para este bem da cultura artística. Aqui, para além da temática central a que este blog está destinado, também pretendemos abranger a história desta matéria desde os primórdios do homem até aos dias de hoje. E um ponto que é logo de assinalar e alertar, é a valência semântica do termo estuque. Na realidade, este termo apresenta múltiplos planos de leitura que se apresentam integrados no conhecimento matérico com a designação generalizada de “estuque” e o seu conhecimento é indispensável para a orientação das operações de manutenção, conservação, restauro e reabilitação, sem as quais perde-se a memória do construir, o que constituiria, mais tarde ou mais cedo, a perda do objecto construído ou a perda da percepção da representação do original. Conforme confrontados com a tratadistica e com a manualistica, rapidamente apercebemo-nos de que a tecnologia do estuque está sedimentada em operações principalmente artesanais e, por isso, raramente fixadas em formulações codificadas e aprofundadas. Ao longo do tempo esta matéria modifica-se e sujeita-se aos caprichos do homem. A protecção dos estuques impõem-se não só pela exigência de conservar ramos da nossa cultura material e figurativa, e cujas técnicas construtivas não resultam actualmente reempregáveis por uma série de motivos (tais como a capacidade manual dos mestres e a difícil obtenção e manipulação das matérias primas tradicionais), mas também pela necessidade de salvaguarda de todas aquelas características ambientais que a sua presença determina no contexto do qual são colocadas e das quais fazem, imprescindivelmente, parte. Há assim que criar um ponto de partida para uma reflexão que permita indagar as razões pelas quais e de que modo foram realizados os estuques, não com o objectivo central de responder a interrogações de carácter historiográfico mas, sobretudo, como contributo a uma pratica de restauro e de recuperação destes artefactos mais conscienciosa.

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